O maior erro é falar que este movimento da Rio +20 em nada modificará nossas mentes, ou a de quem participou.
Na Eco 92 o novo surgiu em questões ambientais, tendo cada um a sensação de um navegante que descobre a terra para aportar.
O volume de arte era intenso, engarrafando nossas mentes com misturas e civilizações, todas em um mesmo parque, projetado pelo homem e alimentado pela natureza em sua bela paisagem.
Uma cidade transformada em um parque de culturas em variados temas, soluções, eventos, atrações e um grande troca-troca de informações (não existia o termo "back-up" amadurecido em nossas mentes).
Não existia raça, credo ou política, porém o que existia, de maneira feroz, era a vontade de sanar um intercâmbio de informações, onde um país chamado Brasil iniciara a sua abertura de mercado e de visões, já o mundo assistia um novo mundo de informações e mercado.
Uma salada, com várias faces e cores, cabelos e roupas, manias e características.
Em particular acompanhei a criação de uma arte, arte esta que sobrevive até hoje esculpida em uma pedra localizada no Parque do Flamengo criada por um artista Chinês chamado Kim.
Foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver uma arte em sua plena elaboração, viver uma arte e ter a ideia do que ela é.
Naquela pedra, hoje vandalizada, existe uma visão de um país novo, de uma cidade nova, de um povo novo, pelo menos ao olhar estrangeiro. Lá tem o Cristo, o Pão de Açúcar, o céu e toda a paisagem registrada pela a mente de um artista encantado pelo volume de informações de uma país.
Eu, criança, pude vivenciar o nascimento de informações e posições cravadas naquela arte, uma soma de surpresas e satisfações de um ambiente sustentado pela vontade de aprender e conviver.
Naquele momento o país parou de discutir sua inflação, sua instabilidade política e todo o seu antro de corrupção para debater que natureza era aquela.
A maior tecnologia que tinha em mãos era a implantação do cartão telefônico, algo novo e super moderno, substituindo as fichas dos inúmeros olherões, pequenos para a quantidade de pessoas que queriam falar o que visualizavam de novo.
A fala. Ouvi dialetos e idiomas na velocidade de quem consulta o google hoje, sem compreender uma vírgula do que falavam, mas observando os gestos tentando traduzir o impossível.
Uma pangeia de informações continentais, tendo árabes, europeus, asiáticos, brasileiros, índios e diversas nações debatendo sobre a sua de terra e a vontade de descobrir o novo, sem invadir ou destruir a nação alheia, mas com a vontade de saber e saber mais e mais.
O termo chuva ácida era novo - tinha medo de ir a São Paulo por ser destacada como uma cidade que sofria pela poluição e uma camada que transformava a chuva em ácido - assim como o conhecimento de que o aquecimento era global e gerado por nossas riquezas extraídas e empregadas de maneira incoerente.
Passados 20 anos da Eco-92, foram realizadas 17 Conferências das Partes (COP) sobre mudanças climáticas, nove COPs sobre desertificação e outras dez sobre biodiversidade. Muitas promessas e medidas foram tomadas, mas os desequilíbrios climáticos se aceleraram, a biodiversidade regrediu e a desigualdade social no mundo escalou.
Tudo era novo e tudo virou velho, tudo virou eco da Eco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário