Todos falam de dignidade, algo oriundo dos Direitos Humanos, onde o ser tem que ser social, amparado pelos entes públicos e pela própria sociedade, além da proteção pelo judiciário.
Ouvi um comentário que ilustra bem o nosso conceito de dignidade e humanidade: é impossível na sociedade de hoje agredir um mendigo.
A pergunta é: algum dia, na sociedade amparada pelo Direito, foi digno e humano agredir um mendigo, ou pior, um outro humano?
O conceito de humanidade nunca foi tão depreciado, ou tão relaxado.
Ouvir de uma Presidente que Direitos Humanos não são armas contra a política, ou pior, dizer que não se pode falar em regime ditatorial pelo fato de um passado injusto e repressor, é corroborar com a injustiça, com a imparcialidade.
A Liberdade de Expressão não é um crime, ao contrário, é uma arma que deve ser utilizada, sempre, para dar voz a quem necessita e quer exclamar sua opinião; contudo, como uma sociedade afundada em valores imorais e mercantis, sem instrução e apoio educacional necessário, não poderá a mesma utilizar tal arma sem prejudicar-se.
Agredir um mendigo, incendiar um índio, espancar um homossexual ou agredir um outro ser, até que o mesmo seja um animal, é assinar com o sangue arrancado pela violência.
Mais do que um cativeiro feito contra a blogueira cubana, que não pode sair da prisão de seu país, o trato com a Dignidade Humana é o pior dos últimos tempos.
O ser está mais individual, convicto que pode viver sem o amparo e ajuda do próximo, por autonomia, mas esquecendo que uma sociedade é a soma de vários e não o isolamento.
Hoje o que comemoramos, em parte, é digno de chacotas e piadas, já que, em vários aspectos, a liberdade sem freios virou libertinagem, sabotagem e válvula de escape para a prática de ilícitos.
Isolar um ser é o mesmo do que agredir uma pessoa ou restringir o direito de viagem de outra.
A Dignidade é agredida com pequenos gestos, atitudes infelizes e gestos desleais.
A violência não é somente a corporal, são os atos articulados por um ou vários.
É desesperador ver a degradação da dignidade, da humanidade, da pessoa humana, corroída por todas as manchas de corrupção, crimes e ilicitudes.
Não há mais uma solidez quanto a dignidade, há uma possível dignidade, mas caminhamos para a dignidade?
O Humano está cada vez mais desumano e incompreensível com o próximo, marginal com suas próprias expectativas, tolhendo-se de necessidades fúteis e alimentando a alma de falsas esperanças, como no mundo de Alice, onde tudo é imaginação, porém a realidade é pouca.
Não temos uma população alfabetizada, em gozo e acesso a saúde e educação, sendo remunerada com salários compatíveis a alimentação própria e familiar.
Como é possível criar alguém com tanta marginalidade, com tantos crimes, com tanta crueldade?
No mercado brasileiro vendemos a honra e a dignidade humana, em troca de um assistencialismo mesquinho e precário, o qual chamamos de assistência social, porém reflete a estagnação moral.
Alguém tem honra para vender? Pagam-se com Danos Morais.
Todos estão cegos, imunes a realidade, mutilados em sonho surreais e encurralados pela corrupção. O povo acha que o dinheiro compra tudo, vide o espelho do poder, e... compra, exceto a nossa dignidade, o nosso caráter e a nossa vontade de mudar o mundo.
Dignidade não é um mero Direito, é um Dever.
A Dignidade não tem preço!
O pior cego é aquele que não quer enxergar!
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