Porém, que Dique???
O que rompeu não foi um Dique, foi, simplesmente, um trecho de 20 metros da BR-356 que serve como uma espécie de dique improvisado, ou seja, uma simples camada asfáltica é o que separa a represa natural de água com a superfície habitável.
Pior, A recuperação da BR-356, que corta o Norte e o Noroeste do Estado está sendo questionada pelo Ministério Público Federal (MPF). Uma perícia mostrou que há graves problemas na rodovia. Há três anos, alguns trechos da estrada já haviam sido reformados. Tal notícia foi anunciada em 27/10/2011.
A reforma da rodovia feita entre 1999 e 2008, consumiu R$ 40 milhões e não teria atendido ao projeto aprovado.
O que chama a atenção dos técnicos e peritos são: a precoce deterioração do asfalto e a falta de sinalização, além de ondulações e desníveis entre pista e o acostamento, a ausência de faixas na rodovia e um Dique improvisado mostra a qualidade da obra, onde 4 funcionários do DNIT foram afastados por corrupção. (Clique aqui e leia a reportagem, além de assistir um vídeo)
Fato é: o Dique de Campos nunca existiu!
Querem mais novidades... leiam abaixo a reportagem e se assustem bastante.
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O Globo: Desviou cimento e foi dirigir o Dnit
Por: O Globo
Superintendente do órgão em SP já foi condenado e cumpriu pena; o do Rio também é do PR. O MPF ajuizou ação de improbidade administrativa contra Marcelo Cotrim, superintendente do Dnit no Rio; TCU aponta superfaturamento em obra do Arco Metropolitano
Silvia Amorim
Gabriel Mascarenhas
Filiado ao PR, o chefe da Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) em São Paulo, Ricardo Rossi Madalena, poderá engrossar o grupo de demissões do órgão se o Ministério dos Transportes cumprir a determinação da presidente Dilma Rousseff de que os cargos de segundo e terceiro escalões sejam ocupados por quem não tenha condenações na Justiça. Madalena, que comanda a regional do Dnit há cerca de três anos e meio, por indicação do deputado federal Milton Monti (PR-SP), foi condenado por peculato a dois anos e quatro meses de prisão por desviar sacos de cimento da Prefeitura de Ipauçu, no interior paulista, quando seu pai era prefeito (1989 a 1992). Ele recorreu e conseguiu cumprir a pena, reduzida a um ano e dois meses, em regime aberto.
Engenheiro civil, Madalena era secretário de Obras no município, único cargo público que ele ocupou antes de assumir a superintendência do Dnit. A sentença foi em 1991. Além dele, outros dois funcionários da prefeitura foram condenados. Em sua defesa, Madalena disse que a condenação ocorreu porque "apenas cinco sacos de cimentos" que haviam sido emprestados a moradores da cidade pela prefeitura não foram devolvidos.
- Acho que sou uma pessoa ficha limpa. Eu não tenho nada a esconder. Isso faz 20 anos. Nós tivemos uma crise de cimento na época, e a prefeitura decidiu ajudar munícipes que iam aos depósitos e não encontravam o material. Emprestamos cimento e depois eles devolviam. Apenas cinco sacos nunca foram devolvidos - disse o dirigente do Dnit.
A promotoria não aceitou a alegação de empréstimo na época. "As retiradas de materiais de construção do almoxarifado não podem ser consideradas como empréstimos, uma vez que não houve em nenhum momento qualquer estipulação de prazo de restituição desses materiais. Salientando-se que os mesmos só o foram quando da abertura do inquérito policial e conseqüente oitiva dos envolvidos", diz trecho da sentença.
Rossi foi indicado por deputado do PR
Filiado ao antigo PL (atual PR) desde 2003, Madalena não esconde que chegou ao Dnit por indicação do deputado Milton Monti, de quem foi assessor parlamentar.
- Eu sou indicação do deputado Milton Monti. O Valdemar Costa Neto eu só conheço pelo partido - disse.
Monti, ao lado do deputado e secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, é acusado de cobrar propina de feirantes da Feira da Madrugada, na capital paulista.
Madalena diz não ter motivos para se preocupar com eventual demissão:
- Foi um lapso que ocorreu na minha vida e pelo qual eu já paguei. No Dnit, nunca fui chamado pela CGU nem TCU. Cabe ao ministro dizer se quer que eu fique ou não - afirmou.
No Tribunal de Contas da União (TCU), a gestão de Madalena aparece num processo sobre irregularidades na obra do Rodoanel , de responsabilidade do governos paulista e federal.
Suspeitas de irregularidades não são um privilégio da seccional do Dnit em São Paulo. O Ministério Público Federal ajuizou ação de improbidade administrativa contra um engenheiro e três superintendentes do órgão no Rio, entre eles o atual comandante, Marcelo Cotrim Borges, também indicado pelo PR. De acordo com o MPF, o Dnit recebeu mais de R$40 milhões da União entre 1999 e 2008 para realizar serviços de manutenção na BR-356 (que começa na divisa entre Minas e Rio e termina em São João da Barra, no Norte Fluminense). O estado de conservação do rodovia, porém, chamou a atenção do procurador da república Cláudio Chequer.
- Alguma coisa está errada. O Dnit pagou várias reformas, mas empreiteiras contratadas não executavam o trabalho ou o faziam de forma precária. Se os responsáveis pelo Dnit devem fiscalizar e não fiscalizam, não é por inocência - afirmou Chequer.
O procurador salientou que, embora o atual superintendente tenha assumido em 2009, o MPF encontrou os mesmos indícios da irregularidades durante a gestão de Cotrim.
O Dnit do Rio também figura em levantamentos do TCU, que apontam sinais de superfaturamento e outros ilegalidades em obras do Arco Metropolitano (ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí). O órgão, no entanto, responsabiliza a Secretaria estadual de Obras, encarregada de contratar as empresas que executam os trabalhos.
Procurado, Marcelo Cotrim não foi encontrado pelo GLOBO. Chefe do serviço de Engenharia do Dnit, Celso Figueira Crespo informou que Cotrim está de férias. A respeito da ação ajuizada pelo MPF, ele argumentou que a BR-356 encontra-se em perfeito estado de conservação e que irregularidades dizem respeito a gestões anteriores.
A Secretaria de Obras disse que "apresentou a sua manifestação nos autos rebatendo ponto por ponto as observações da equipe técnica do TCU", demonstrando que não houve irregularidade. Sustenta que os valores contratados e pagos correspondem aos valores de mercado.
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