Postagens populares

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Acessibilidade?

O menino Hugo, um fanático e reconhecido torcedor do Vasco é portador de deficiência visual, além de um enorme amor ao time de coração.

Uma espécie de talismã que não reconhece o tamanho físico de uma trave, porém reconhece a emoção , de um gol, sabe, como ninguém, o que é gostar e amar.

A cegueira é oriunda de um tumor cerebral, já o amor é oriundo da superação de enxergar o que é o amor.

Em um mundo cheio de preconceitos ele sobrevive pelo estímulo de ouvir o seu time, vibrar com cada lance e compartilhar com a alegria e inocência da sua idade.

Infelizmente o menino foi impedido, no jogo contra o Palmeira (17/06/2012), de entrar no gramado junto dos jogadores, sendo vedado o acesso e negado o sonho que se renova ao sentir o amor, o suor e a alegria de estar presente.

A entrada em campo é o momento de maior emoção para o garoto, sempre amado pelo elenco vascaíno e reconhecido pela torcida. Um xodó, um exemplo e um nobre coração.

O garoto já foi tema de reportagem, ganhou prêmio e reconhecimento da nobreza de seu coração, mas tudo isso foi massacrado por um gesto estúpido de alguém que se diz "normal".

Infelizmente a mentalidade humana não é capaz de observar a importância do amor, a vontade da superação e a alegria de viver. 


Impedir o acesso deficiente visual é fácil, difícil é compreender a cegueira de não saber o que é a acessibilidade.


Devemos respeitar o livre acesso, o amor e todo o tipo de sentimento fraterno e honesto.

É admissível evitar a acessibilidade? É justo? É coerente?

Vivemos em um país de todos?

A maior deficiência de um país é não admitir sua própria deficiência.

Compartilhem a notícia e descrevam o quanto é repudiante tirar um sonho de criança.




92 Ecos depois...

O maior erro é falar que este movimento da Rio +20 em nada modificará nossas mentes, ou a de quem participou.

Na Eco 92 o novo surgiu em questões ambientais, tendo cada um a sensação de um navegante que descobre a terra para aportar.

O volume de arte era intenso, engarrafando nossas mentes com misturas e civilizações, todas em um mesmo parque, projetado pelo homem e alimentado pela natureza em sua bela paisagem.

Uma cidade transformada em um parque de culturas em variados temas, soluções, eventos, atrações e um grande troca-troca de informações (não existia o termo "back-up" amadurecido em nossas mentes).

Não existia raça, credo ou política, porém o que existia, de maneira feroz, era a vontade de sanar um intercâmbio de informações, onde um país chamado Brasil iniciara a sua abertura de mercado e de visões, já o mundo assistia um novo mundo de informações e mercado.

Uma salada, com várias faces e cores, cabelos e roupas, manias e características.

Em particular acompanhei a criação de uma arte, arte esta que sobrevive até hoje esculpida em uma pedra localizada no Parque do Flamengo criada por um artista Chinês chamado Kim.


Foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver uma arte em sua plena elaboração, viver uma arte e ter a ideia do que ela é.

Naquela pedra, hoje vandalizada, existe uma visão de um país novo, de uma cidade nova, de um povo novo, pelo menos ao olhar estrangeiro. Lá tem o Cristo, o Pão de Açúcar, o céu e toda a paisagem registrada pela a mente de um artista encantado pelo volume de informações de uma país.




Eu, criança, pude vivenciar o nascimento de informações e posições cravadas naquela arte, uma soma de surpresas e satisfações de um ambiente sustentado pela vontade de aprender e conviver.

Naquele momento o país parou de discutir sua inflação, sua instabilidade política e todo o seu antro de corrupção para debater que natureza era aquela.


A maior tecnologia que tinha em mãos era a implantação do cartão telefônico, algo novo e super moderno, substituindo as fichas dos inúmeros olherões, pequenos para a quantidade de pessoas que queriam falar o que visualizavam de novo.

A fala. Ouvi dialetos e idiomas na velocidade de quem consulta o google hoje, sem compreender uma vírgula do que falavam, mas observando os gestos tentando traduzir o impossível.

Uma pangeia de informações continentais,  tendo árabes, europeus, asiáticos, brasileiros, índios e diversas nações debatendo sobre a sua de terra e a vontade de descobrir o novo, sem invadir ou destruir a nação alheia, mas com a vontade de saber e saber mais e mais.

O termo chuva ácida era novo - tinha medo de ir a São Paulo por ser destacada como uma cidade que sofria pela poluição e uma camada que transformava a chuva em ácido - assim como o conhecimento de que o aquecimento era global e gerado por nossas riquezas extraídas e empregadas de maneira incoerente.

Passados 20 anos da Eco-92, foram realizadas 17 Conferências das Partes (COP) sobre mudanças climáticas, nove COPs sobre desertificação e  outras dez sobre biodiversidade. Muitas promessas e medidas foram tomadas, mas os desequilíbrios climáticos se aceleraram, a biodiversidade regrediu e a desigualdade social no mundo escalou.

Tudo era novo e tudo virou velho, tudo virou eco da Eco.

domingo, 17 de junho de 2012