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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Descentro do Centro

O Centro do Rio é belo, um grande contraste cultural, o qual classifica três épocas da história de um país:

1- Brasil Colônia, próximo à Praça XV;

A história documentada do bairro começou em 1567, quando os 120 portugueses que haviam fundado a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro dois anos antes, no Morro Cara
de Cão, se transferiram para o Morro do Castelo, que oferecia melhores condições de expansão. A partir desse morro, a cidade se expandiu nos séculos seguintes, passando a
ocupar o atual Centro.

2- Brasil Independente, com belos casarões e inúmeras casas;

A cidade se expandiu nos séculos seguintes, passando a ocupar todo o atual Centro, desde 1763, quando a cidade do Rio de Janeiro foi elevada à condição de capital da colônia, até 1960, quando a cidade perdeu a condição de capital brasileira para Brasília.

3- Brasil Progresso, com toda a reformulação arquitetônica do Centro do Rio, incluindo a

construção do Teatro Municipal e outros Palácios. Arquiteturas no estilo Francês, com adaptações brasileiras, dando um charme ao Centro do Rio de Janeiro.
Em 1921, visando à preparação da festa em comemoração ao centenário da independência brasileira, o Morro do Castelo foi derrubado, dando lugar à atual região do Castelo

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Já a administração pública...

Vou separar em três itens:

1) O Prédio da Rua da Ajuda clama: socorro!

Dou como um exemplo um fato corrido, comigo, no dia 24/01/12, com os seguintes fatos:

Foi detectado um princípio de incêndio no antigo Barnejão, hoje
local do estado destinado para vários órgãos e departamentos públicos estaduais, em torno das 14 horas. O Edifício é localizado na Rua da Ajuda, nº 5, possuindo, no subsolo, o sistema chamado Poupa Fila, que reuni desde o atendimento ao Procon, até a solicitação de extrato no SPC/Serasa e segunda via de documentos.

Para o meu susto, mesmo com toda a evacuação dos andares superiores, o Poupa Fila estava em pleno atendimento, com mais de 500 pessoas, sem qualquer tipo de informação ao caos que ocorria naquela localidade.

Fui até a atendente do Procon, com a qual tinha uma audiência, comunicando o fato, porém, para maior susto, recebi a seguinte resposta: "Dr., a recomendação é não informar, pois só temos uma única saída para esta carga imensa de pessoas, que, no caso de evacuação, não terão uma saída de escape."

A resposta, assustada em um olhar apavorado, foi corroborada com uma visualização assustadora, que ali era o porão do antigo Barnerj, com direito a porta de cofre e sistema único de entrada e de saída, uma forma de proteger valores.

Em suma, o Poupa Fila, que atende milhares de pessoas, só tem uma entrada que também serve como saída, sem plano de evacuação e saída de emergência.

Explosões de bueiros e lojas ocasionadas por um sistema deficiente de gás e eletricidade, a falta de fiscalização em estabelecimentos comerciais e as obras, contínuas, que ocorrem nos velhos prédios no Centro do Rio de Janeiro demonstram uma plena incapacidade administrativa de fiscalizar iniciativas privadas e assegurar suas estruturas estatais.

O próprio estado vive em situações de emenda, com divisórias, no prédio da Rua da Ajuda, construídas por materiais inflamáveis. O 18º andar, aonde fica a Autarquia Estadual do Procon, as salas são divididas por formicas, madeiras e produtos inflamáveis.

2) Prédios Históricos da Cidade do Rio de Janeiro.

Na região da Lapa vislumbramos uma grande expansão de bares e restaurantes, porém, por uma simples indagações, aqueles estabelecimentos, que antes eram lojas simples, oficinas e armarinhos, teriam porte para adaptar grandes instalações, com gás, eletricidade ampliada e inúmeros artefatos.

Como exemplo cito a Rua do Lavradio, que possui uma vila, uma fachada e um prédio, todos com o mesmo sinal: abandono.

O prédio em melhor condições, nas condições de abandono, é o da antiga Tribuna da Imprensa, que já foi um dos maiores jornais do Estado do Rio de Janeiro.

Cuidamos de nossas edificações históricas, patrimônio cultural e social de todos?

Prédio, monumentos e patrimônios históricos viram ruínas, depreciando a história e modificando a beleza de uma linda cidade.

3) O Jogo do Acaso.

Para sorte de todos, inúmeras pessoas que passam pelas ruas e vielas do Centro Carioca, contam com a sorte, pois, até o prezado momento, os incidentes em prédios foram em períodos de pouco movimento.

Até quando o jogo do acaso irá cooperar?

Vamos aguardar obras não fiscalizadas e alvarás definitivos implodirem uma cidade?

Vale ressaltar que o acaso não é um fato do infortuno, é algo que plantamos e colhemos como resultado final.

Conclusão: o Centro do Rio não está suportando o crescimento populacional, o suporte tecnológico e novos padrões de consumo e espaço.

Edificações são improvisadas, soluções adaptadas e a sociedade massacrada.

Estamos seguros???

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