A Líbia, assim como outros países árabes, atravessa por uma revolução “popular”.
Algo que parecia impossível após a década de 70 e 80, os poderes da Arábia perderam suas garras por meio de sua própria arma, a ganância, que um dia levou os grandes ditadores daquela região a lucrarem com a necessidade do mercado global, mas agora corroem sua estrutura política, domada pela corrupção e abastecida pela mesma ganância que patrocina o poder.
No ápice, tais regimes eram alimentados por nações desenvolvidas, inclusive a norte-americana, que buscavam alianças com classes políticas para o fim de estreitar o laço comercial, financiando exércitos e grupos extremistas, além da manutenção do monopólio governamental, ou pior, regime de exceção.
A crise da Líbia, que invoca certa expectativa dos países europeus e dos EUA, é uma reposta à linha dura na negociação do insumo prolífico, somente, adotando uma medida diferente a adotada no Iraque, com a guerra do Golfo, a qual foi uma pulverização da estruturo social e política.
O regime linha dura necessita de mais armas, e outros subsídios, para reforçar sua posição perante uma sociedade, a qual sofre em todos os aspectos sociais, distanciados da democracia e refugiados pela ganância mercantil.
A Globalização necessita de insumos para a produção em série e larga escala, gerando bens de consumo para inúmeros mercados, angariando consumidores e mudando a forma de viver em inúmeras classes sociais.
O celular é um dos principais exemplos, sendo símbolo de riqueza e glamour em tempos remotos, porém hoje é uma ferramenta acessível para inúmeras camadas sociais, oferecendo desde a simples comunicação por rádio-transferência até a conexão com a internet.
Hoje a Globalização criou autonomia, liquidou e criou novas demandas e modificou o perfil de acessibilidade aos bens de consumo.
O mercado que necessitava dos insumos para sua própria manutenção, determinam, hoje, os preços e valores dos seus próprios insumos.
Quem diria que a Globalização, financiadora de inúmeros regimes totalitários, um dia venderia o encarte da liberdade para os menos favorecidos, sendo uma das principais causas ao enfraquecimento e derrocada do poder tirano e centralizador que financia.
Esta venda da liberdade não é em prol da mesma liberdade e de um futuro melhor daquela nação, é uma forma de reafirmar a submissão de um país, o qual necessitará de financiamento e produtos para sua reconstrução pós-guerra, porém ainda tem muito petróleo para fornecer as nações desenvolvidas.
As tropas revolucionárias não focam a democracia, ao contrário, focam a tirania, o enriquecimento e toda a forma de lucro, recheada pela ilicitude e abastecida pela mesma ganância dos regimes ultrapassados.
O mercado global não está comprando ou vendendo sua fonte de insumo, ela apenas revigora sua captação de insumos para a manutenção de seus produtos e serviços.
Assistimos uma nova forma de ditadura, ou somos manipulados pelas nossas necessidades?
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